Ao vir ao mundo no seio de uma família, não herdamos somente um patrimônio genético, herdamos as crenças e os comportamentos que são válidos neste sistema familiar. Há muitas pesquisas em andamento buscando a comprovação científica de que essas crenças e comportamentos possam ter influências no próprio genoma, ou seja, elas modificam inclusive as nossas células.
Nossa família é um sistema, um campo de energia no interior do qual, nós evoluímos e crescemos. Cada um, desde seu nascimento, vai ser uma parte deste todo e precisa ter o seu lugar, independente de quem seja e como seja. Todos fazem parte.
Bert Hellinger nos fala que há, além do inconsciente individual e do inconsciente coletivo, um “inconsciente familar” que atua em cada membro da família. Para ele, existes 3 leis básicas que atuam ao mesmo tempo: O PERTENCIMENTO, A ORDEM E O EQUILÍBRIO.
Veja o que ele diz sobre cada uma delas:
Lei do pertencimento: “Pertencer à nossa família é nossa necessidade básica. Esse vínculo é o nosso desejo mais profundo. A necessidade de pertencer a ela vai além até mesmo de nossa necessidade de sobreviver. Isso significa que estamos dispostos a sacrificar e entregar nossa vida pela necessidade de pertencer a ela”.
Lei da Ordem: “O ser é estruturado pelo tempo. O ser é definido pelo tempo e através dele, recebe seu posicionamento. Quem entrou primeiro em um sistema tem precedência sobre quem entrou depois. Sempre que acontece um desenvolvimento trágico em uma família, uma pessoa violou a hierarquia do tempo”.
Lei do Equilíbrio: “O que dá e o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem equivalentes. Nós nos sentimos credores quando damos algo a alguém e devedores quando recebemos. O equilíbrio entre credito e debito é fundamental nos relacionamentos”.
Portanto, onde houverem pessoas convivendo, estas 3 leis estarão atuando.
Portanto, enquanto essas leis não forem observadas, o sistema não pode ter paz. Por exemplo, quando alguém é esquecido, ou excluído, está sendo negado a um membro a pertinência no sistema, e isso irá gerar uma necessidade irresistível do próprio sistema de restabelecer a integridade perdida e compensar a injustiça cometida.
E como isso acontece? Alguém da família, provavelmente numa geração futura, ou várias gerações adiante, irá representar, ou imitar o membro excluído. Irá seguir o seu destino. Com isso, provavelmente terá o mesmo destino do seu antepassado e, portanto, não poderá viver o seu próprio.
Mortes trágicas e prematuras também costumam gerar culpa dentro do sistema e muitos da família podem se sentir culpados ao dizer sim à vida e, portanto, seguem esses antepassados no não, na morte, e como consequência vêm as doenças, os fracassos e os sofrimentos.
O caminho é reincluir, olhando para os antepassados com gratidão, honrando seus destinos. Isso tem um reflexo positivo para todos da família. A ordem é restabelecida e ninguém mais precisa representar aquele que foi excluído. Como consequência, todos ficam fortes e podem seguir seus próprios destinos, dizendo um belo SIM para vida. E quando reina essa ordem do amor, portanto, o sistema e seus membros encontram paz. Quando damos a cada um seu lugar de direito, com reconhecimento, honrando seus destinos, estamos, portanto, em paz.