Muitas pessoas têm o costume de imaginar a personalidade como algo único e unificado, homogêneo e contínuo, construído a partir do nascimento e refinado no decorrer da vida até a morte. Mas a verdade é que esse assunto é muito mais complexo do que isso, que estudos vêm esclarecendo cada vez mais. Nossa personalidade não é simplesmente a síntese coesa daquilo que aprendemos e absorvemos de nossas experiências. Pelo contrário, há muitos fatores que atuam para a formação daquilo que somos, e esse processo se inicia muito antes do nosso nascimento.
Nossa personalidade não desaparece com a morte do corpo. De forma bastante simplificada, somos o resultado da soma de todas as personalidades que vivemos em diversas existências. Isso quer dizer que tudo aquilo que somos está muito além da nossa experiência consciente. Quando nascemos, essa bagagem espiritual não é assimilada de forma homogênea e igual para formar o que somos. Pelo contrário, algumas permanecem ativas e autônomas, e isso pode gerar quebras no comportamento e no próprio pensamento das pessoas.
Quando nascemos, nossas personalidades anteriores começam a ser armazenadas em diferentes pontos do nosso inconsciente. As experiências mais marcantes emocional e psicologicamente ficam mais à superfície, nos dando a oportunidade de elaborar melhor os aprendizados necessários através de novas vivências e experiências, enquanto que vidas menos marcantes ficam armazenadas em locais mais profundos e nos afetam menos, pois já foram pacificadas. É assim que emerge a nossa “nova” personalidade, a personalidade transpessoal, através da assimilação de centenas de existências.
O que somos hoje é a soma de tudo o que já fomos – e que, de certa forma, continuamos sendo, mas de outra forma. Nossos gostos, apegos, afetos, amores, vícios e hábitos refletem aqueles que experimentamos no decorrer de centenas de existências. Aos poucos, tudo isso se funde para formar personalidades mais ricas e cheias de luz, com mais sabedoria.
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