Setênios:  entenda a teoria e comece a trabalhar os “ciclos da vida”

Setênios: entenda a teoria e comece a trabalhar os “ciclos da vida”

A vida é um dos maiores mistérios da vida, pois é, isso pode parecer pleonasmo ou redundância, mas é um fato. Desde o momento em que chegamos a este mundo tentamos entender quem somos e, talvez este texto possa te dar uma mãozinha.

Mas vamos partir do princípio, afinal, o que são os setênios?

Setênios, como o próprio nome sugere, são ciclos divididos de se sete em sete anos. Mas qual a relevância desse intervalo de tempo? O mundo escolhe algum líder político? Algum evento esportivo maior que a copa do mundo acontece? Por mais que isso pareça interessante, não é nada disso.

Na verdade, o número sete sempre foi especial, sendo abordado de forma “mística” por inúmeros povos e culturas ao longo da história. Mas este é um assunto para outra hora, hoje falamos sobre a relação do número sete com os ciclos da vida. Este intervalo de sete anos é o tempo que levamos para absorver todo o conhecimento de um ciclo, pois somente assim estaremos preparados para novos desafios.

 A teoria dos Setênios e a Antroposofia

A teoria dos setênios faz parte de um conceito ainda mais grandioso chamado: antroposofia. Desenvolvida pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, a antroposofia é uma forma de ler e interpretar a vida. De acordo com o próprio criador, o termo significa a passagem do conhecimento humano paro o restante do universo, ou seja, o homem precisa conhecer a si mesmo antes de tentar compreender o mundo e tudo que está ao seu redor.

Setênios

Agora que você já entendeu o contexto, vamos analisar de forma mais detalhada cada um dos ciclos da nossa vida!

De 0 a 7 anos: O ninho

Também chamada de primeira infância, os primeiros anos de nossa vida são marcados pelo desenvolvimento do corpo e da mente, relacionado principalmente a nossa capacidade de reflexão, pensamento, e claro, nossa capacidade motora.  É nesta fase que cortamos o vínculo com nossas mães para desenvolver nossa personalidade.

Claro que este é apenas o início, já que estamos sujeitos a inúmeras influências externas, porém, essa fase é importantíssima, pois é nela que começamos a nos conhecer. O primeiro setênio é o momento de vermos as perspectivas positivas do mundo, fazendo com que gostemos do universo apresentado e nos sintamos privilegiados por estar neste plano, cultivando felicidade e bons sentimentos.

Além disso, os primeiros sete anos devem ser de muitas descobertas, por isso, os pais têm o dever de incentivar a curiosidade dos filhos, incentivando-os a testarem seus corpos e conhecerem seus limites. Deixar a criança em maior contato com a natureza, evitar ambientes fechados são atitudes que refletirão positivamente no desenvolvimento físico e espiritual da criança.

7 a 14 anos: sentido de si, autoridade do outro

Durante o segundo setênio, toda energia em nossa cabeça começa a se dissipar para o tronco, fortalecendo principalmente órgãos como coração e pulmão. Esses órgãos possuem um papel importante na promoção dos sentimentos, internalizando ou libertando eles.  Apesar do despertar do “eu” ser maior nesta fase, ainda nos mantemos conectados aos ensinamentos e opiniões do outro, por isso, pais e professores exercem um papel importantíssimo de presença e autoridade.

É a partir da visão destes mestres que desenvolvemos nossas percepções, ou seja, de certa forma essas figuras são mediadoras da nossa visão de mundo. Por isso, pais e professores devem se atentar em suas orientações, prezando sempre pelo equilíbrio, evitando serem rigorosos demais, pois isso pode levar os pequenos a acreditar que a realidade é dura e cruel sem espaços para brincadeiras, mas passar tudo de forma mais leve pode romantizar demais a realidade, deixando o despreparado para a fase adulta. A linha é tênue, mas cabe aos mestres encontrar o equilíbrio.

Vale destacar também que autoridade excessiva pode desencadear problemas na saúde mental e física da criança. Por exemplo, quando os educadores passam do ponto, o pequeno pode desenvolver quadros de timidez e/ou introversão no futuro.  Isso ocorre porque a inspiração (absorção de informações e ordens) é maior que a expiração (liberação do seu “eu”).

Já uma criação mais libertária, ou seja, dando mais espaço para a expiração tem o efeito oposto. A criança pode desenvolver um quadro de extroversão exagerada, fazendo que ela desconheça seus limites e fraquezas, por isso, o equilíbrio é fundamental. Harmonia é a palavra que define a melhor forma de criação, focando sempre no desenvolvimento de comportamentos e hábitos saudáveis.

Dê preferência a brincadeiras lúcidas e jogos ao ar livre que ajudam a criança sentir-se parte do mundo e protagonista de sua história, evitando o máximo possível os videogames e a televisão, onde a criança é apenas um expectador.

A religião e a arte também devem ser incentivadas nesta fase, dando ao jovem a chance de buscar algo que se identifique ao invés de seguir a imposição dos pais. Nessa fase é importante enaltecer as diferenças, não apenas artísticas e religiosas, mas sociais, raciais e de orientações sexuais. Afinal, é nessa fase que percebemos que os outros são diferentes e estimular a tolerância é fundamental.

14 a 21 anos: crise de identidade

Este setênio é marcado pela busca da tão sonhada liberdade. Aqui puberdade e adolescência se iniciam e a influência de pais e professores diminui, mas ainda é de extrema importância.

Vale lembrar também que nessa fase nossos corpos estão quase ou totalmente desenvolvidos, fazendo com que as trocas de ensinamentos e informações com os outros seja mais intensa. O mundo está maior, ele não é apenas escola e família, mas sim um gigantesco universo repleto de possibilidades.

E é neste mundo que tentamos encontrar um novo “eu”, entrar em determinados grupos e sentir que somos parte de algo. Aqui a forma como construímos a realidade na fase anterior entra em com a noção do real, o que de fato vemos na prática.

A sensação de pertencimento e o diálogo são de extrema importância neste setênio, pois temas complexos como política e sexualidade se tornam presentes. A troca de experiências, a abertura da mente, a busca pela compreensão do outro e a solidariedade são atitudes que devem ser incentivadas.

Outro fato importante dessa fase é a já mencionada liberdade, pois aqui nossas decisões se tornam protagonistas, escolhas como qual curso prestaremos vestibular e onde iniciar uma carreira profissional.

21 a 28 anos: O “Eu”

É neste setênio que experimentamos a tão sonhada liberdade da fase anterior, pois saímos da casa de nossos pais, iniciamos nossa trajetória profissional e escrevemos nossas histórias com os próprios punhos.

Nessa fase nosso corpo está completamente formado, mas o crescimento mental ainda está em desenvolvimento. Todo conhecimento adquirido nos ciclos anteriores se alia as influências que a sociedade nos impõe e é utilizado para pautar nossas escolhas.

Encontrar o nosso lugar no mundo é o principal objetivo deste ciclo, porém, a demora para encontrar esse espaço pode resultar em ansiedade e frustração, principalmente em relação a nossa vida profissional.

28 a 35 anos: organização e crises existenciais

É complicado afirmar isso, mas o quinto setênio pode ser o mais difícil até agora. Não que os outras sejam super simples, mas essa fase envolve muitas crises, colocando em dúvida nosso papel neste mundo.

A famosa crise dos 30 é a mais comum, pois aqui as cobranças aumentam, nos sentimos impotentes perante algumas situações e os sentimentos de frustração e angústia se tornam rotineiros.

Isso ocorre porque estamos no ciclo divisor de águas, ou seja, deixamos de ser jovens, mas ainda não estamos totalmente maduros. A tendência adaptação, pois, tentamos nos transformar para nos encaixarmos em determinados lugares. Essas mudanças podem vir por meio da espiritualidade e da busca pela harmonia dentre todos os elementos da vida.

Por mais que este setênio seja atribulado é por meio dele que aprendemos coisas novas e nos renovamos, organizando a casa, refletindo sobre o passado e planejando um futuro.

35 a 42 anos: crise de autenticidade

Com maior capacidade de julgamento e discernimento, podemos dizer que nossa maturidade está completa, claro, sempre há mais para aprender, mas nesse período estamos bem resolvidos emocionalmente, economicamente e começamos a nos perguntar: e agora?

Este desaceleramento da vida proporciona o melhor momento para o desenvolvimento final de nossa alma, abrindo espaço para investirmos em nossa espiritualidade.

42 a 49 anos: altruísmo x expansão

Depois de todas as dificuldades enfrentadas é chegado o momento de recomeçar, afinal, todas as crises anteriores serviram apenas para moldar quem somos hoje. Porém, a busca por algo novo faz parte de nossa natureza e deve ser intensificada aqui na para encontrar novos sentidos para a vida.

Planos antigos e ainda não realizados podem ser colocados em prática. Essa fase pode ser contraditória, vendo que ao mesmo tempo que buscamos por mudanças, resistimos as modificações impostas pelo tempo. Mas tudo isso pode ser superado com a boa e velha autoestima.

49 a 56 anos: ouvir o mundo

A palavra que define este setênio é: aceitação. A segurança em relação ao nosso íntimo possibilita um olhar mais atento para o outro e ouvidos mais abertos para o mundo. Ética e moral tornam-se sentimentos primordiais, fazendo com que preocupações com causas de natureza humana sejam reforçadas.

Esse ciclo desenvolve uma nova audição, onde aprendemos a ouvir o nosso coração e tomar decisões que nos guie para esse caminho de moralidade.

56 a 63 anos: abnegação e sabedoria

O último dos setênios também é aquele que se relaciona com o início, mais precisamente com a primeira fase. Aqui nossos sentidos se igualam e tudo fica estranho e novo. Mesmo depois de toda sabedoria acumulada, começamos a nos isolar um pouco mais para procurar nossa essência.

Sentimentos como tristeza e arrependimento podem dar as caras, caso algum desejo do passado não tenha sido alcançado. Vale lembrar que, independente da idade, sempre há tempo de sonhar e realizar.

Outro aspecto importante deste setênio são os cuidados com a saúde física e mental. Estimular a memória, praticar exercícios físicos e fazer outras atividades que ocupem a rotina ajudam a manter o dia a dia agitado que gostamos.

Conclusão

E você? Está em qual ciclo da vida? Se identificou com algum desafio dos setênios? Independente de onde você esteja lembre-se que encontrará desafios, mas que você não precisa e nem deve enfrenta-los sozinho, venha para o Diferenser e viva todos os ciclos de forma plena e abundante.

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